Célia Galindo enfrenta Luciano Pacheco em uma disputa marcada por superação pessoal, articulações políticas e os interesses do novo governo de Zeca Cavalcanti. Quem sairá vencedor nessa guerra de gigantes?
As articulações políticas em Arcoverde, Pernambuco, estão movimentadas à medida que se aproxima a eleição para a presidência da Câmara Municipal no biênio 2025-2027. Entre os nomes mais cotados está o da veterana vereadora Célia Galindo, do Podemos, que acaba de conquistar seu décimo mandato consecutivo, um feito que a torna recordista feminina de mandatos no estado de Pernambuco. Sua longa trajetória e influência política consolidada colocam seu nome no centro das negociações.
Célia Galindo iniciou sua trajetória política em 1988, sendo a primeira mulher eleita para a Câmara Municipal de Arcoverde. Ao longo de sua carreira, presidiu a Casa James Pacheco em três ocasiões, destacando-se como uma liderança forte e articulada. No entanto, o cenário atual inclui outros fatores que fortalecem sua candidatura: sua recente reeleição veio acompanhada de uma batalha pessoal contra o câncer de mama, que ela enfrentou durante a campanha. Esse enfrentamento gerou comoção entre a população e reforçou sua imagem de resiliência e comprometimento com os eleitores.
Além disso, sua experiência legislativa e sua capacidade de articulação a tornam um nome natural para o cargo. Célia reúne tanto a legitimidade histórica de sua atuação política quanto a força emocional que sua trajetória recente inspira. Esses elementos têm pesado nas discussões internas da Câmara, especialmente entre os vereadores que veem na eleição dela uma possibilidade de unir a Casa e alinhar o legislativo ao novo governo municipal.
Entretanto, a disputa não será fácil. Luciano Pacheco, do MDB, também é um forte candidato. Vereador em seu sétimo mandato, Luciano já presidiu a Câmara em outras ocasiões e possui uma trajetória marcada pela atuação técnica e jurídica, além de experiência administrativa. Ele é visto como uma opção pragmática e estratégica, especialmente para garantir uma transição tranquila no início do mandato do prefeito eleito, Zeca Cavalcanti. Luciano, inclusive, já afirmou que sua profissão como advogado não será um empecilho para assumir a presidência da Casa, pois sua equipe no escritório pode gerenciar as demandas enquanto ele se dedica integralmente à Câmara.
Outro nome que surge como possível candidato é o de Rodrigo Roa, também do Podemos, vereador em seu segundo mandato. Embora menos experiente, Rodrigo tem buscado consolidar apoios e se posiciona como uma alternativa mais jovem, mas igualmente comprometida, para a presidência da Câmara. Sua possível candidatura pode dividir os votos dentro de sua bancada, o que beneficiaria adversários mais experientes como Luciano.
A escolha do próximo presidente da Câmara também pode ser fortemente influenciada pelo prefeito Zeca Cavalcanti. Tradicionalmente, o chefe do executivo municipal tem papel crucial na definição da Mesa Diretora, buscando um alinhamento entre os poderes para garantir a governabilidade e a aprovação de projetos estratégicos. Com sua experiência política, Zeca deve atuar nos bastidores para construir uma Mesa que favoreça sua gestão, especialmente em um momento de transição em que a estabilidade política será fundamental.
A eleição para a presidência ocorrerá no início de 2025, com a posse dos vereadores eleitos. Até lá, as negociações e articulações devem se intensificar, com cada candidato buscando ampliar sua base de apoio. Enquanto Célia Galindo desponta como um nome forte, sua eleição depende da sensibilidade dos parlamentares em reconhecer sua longa trajetória política e o simbolismo de sua superação pessoal. Por outro lado, Luciano Pacheco traz a força de uma candidatura mais técnica e experiente, que pode ser decisiva para uma Casa mais alinhada ao executivo.
O resultado dessa disputa terá impactos profundos no futuro político de Arcoverde, não apenas pela liderança que será escolhida, mas também pelas alianças que se formarão no processo. A decisão final será um reflexo das prioridades do legislativo e da capacidade de articulação de cada candidato em um cenário político que promete ser tão intenso quanto estratégico.
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